sábado, 27 de julho de 2013
Bispo Edir Macedo publica crítica à JMJ e ao perdão de pecados pelo papa através do Twitter: “Tradição católica não tem base bíblica”
O bispo Edir Macedo publicou um artigo intitulado “Atalho para o Céu” em seu site, com críticas veementes à realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e à concessão de indulgências plenárias pelo papa Francisco através da internet, para os participantes do evento.
“Trocando em miúdos, quem acompanhar a Jornada online ‘com a devida devoção’ garante a impunidade… Assassinos, mentirosos, adúlteros e pedófilos devem estar bem felizes com a notícia. Mas sinto desapontá-los… Vocês estão sendo enganados”, diz o texto, que foi assinado pela jornalista Vanessa Lampert.
As críticas de Edir Macedo à Igreja Católica são antigas e incisivas. Neste texto, publicado no última segunda feira, 22 de julho, a liturgia da denominação liderada pelo papa Francisco é atacada frontalmente pela jornalista.
“Na tradição católica (sem base bíblica alguma), os ‘méritos’ dos santos podem ser distribuídos pelo papa através de indulgências, para que as pessoas sejam salvas pelos méritos alheios. A confissão eliminaria a culpa, mas somente uma indulgência seria capaz de eliminar a punição por um pecado cometido. Mesmo arrependido e perdoado, o cidadão ainda poderia ir para o ‘purgatório’ ou mesmo para o inferno, pois lhe foi perdoada a culpa, mas continua a ter de pagar a pena, seja aqui na Terra ou no além!”, critica.
As indulgências, no passado, foram o estopim para a Reforma Protestante, e Macedo cita em seu artigo que a iniciativa do papa Leão X visava apenas “convencer os fiéis a contribuir financeiramente para construir a Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 1517”.
“Quem não quer um atalhozinho para o céu? O caminho largo, sem grande esforço… Meia dúzia de rituais religiosos e uma contribuição para os cofres do Vaticano eram suficientes para alcançar a salvação”, diz o texto, que completa: “Essa prática levou Lutero a dar início à reforma protestante, depois, a prática da venda de indulgências foi proibida. Porém, agora, ela está de volta, com nova cara, antenada com a modernidade! No mundo em que ter seguidores no Twitter e estar entre os Trending Topics é importantíssimo para qualquer empresa ou evento, a nova moeda é a popularidade”, ironiza.
Para o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, o Vaticano estaria “trocando tickets rápidos para salvação por participação online na Jornada”, e assim, garantindo que evento tenha “o sucesso que a propaganda na mídia promete”.
O ataque ácido e duro à Igreja Católica ainda menciona as polêmicas relacionadas aos crimes de pedofilia: “Talvez por isso os padres pedófilos não costumam ser punidos pela igreja (apenas transferidos para outras paróquias, onde podem fazer novas vítimas). Agora está ainda mais fácil, podem acompanhar pela internet os eventos que dão uma indulgência de brinde! [...] Igreja nenhuma tem poder para perdoar pecados ou mesmo para negociar um lugarzinho no céu. O engraçado é que é disso que eles nos acusam há 36 anos: ‘vender um lugarzinho no céu’”, frisa.
No artigo, por fim, há uma crítica aos governantes, pelo uso de dinheiro público na recepção ao papa Francisco e na organização da JMJ: “Em um Estado que se diz laico, mais de trezentos milhões serão gastos com o evento. Recentemente, as pessoas saíram às ruas para protestar contra o mau uso do dinheiro público e o Vaticano não vê problema algum em deixar que o Brasil arque com a maior parte dos custos da viagem do papa… Afinal de contas, o Vaticano é tão pobrezinho…”.
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